terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Novo Blog

Criei um novo blog, porque acho que combina mais haha

No entanto, não vou apagar esse aqui. É provável que eu passe os textos que eu mais gostei daqui pra lá, mas vou manter esse do mesmo jeito.


http://palavrasemvertigem.wordpress.com/

Kisses!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Maldita juventude

Eles não ligam pra nada:
Não se importam com revoluções.
Não dão trela às informações.
A cada dia que passa, deparam-se com um mundo mais difícil de viver: cercado por guerras, lutas desnecessárias e um planeta corroído pela atividade humana. E não se importam com isso. Nenhuma de suas ações refletem a consciência: não leêm sobre o assunto, não manifestam opiniões, não abrem a boca pra falar disso e nem mesmo para mover o corpo para uma suposta ação voluntária.
Pelas noites das cidades, eles riem. Caminham dentro de casas noturnas, tomando copos de álcool para aliviar um estresse inexistente e dissipar a timidez. A cada passo dado, uma nova ideia fútil aos ouvidos. Homens e mulheres, rendam-se a seus beijos desesperados, suas mãos bobas ávidas por toques brutos que não trazem prazer. Rendam-se à falta de conteúdo de seus cérebros, ao comportamento troglodita que rondam seus seres.
Venha para cama: desfrute de um momento do mais puro sexo mal feito. Não se importe com os beijos e os toques superficiais que virão. Apenas quero me divertir com seu corpo, sem me preocupar em satisfazer-te. Quero contar vantagem aos meus amigos fúteis, falar com eles quantas pessoas comi. Adoro a forma como seus olhos brilham de admiração.
As músicas tocam no rádio do carro. Estendem as baladas noturnas que frequentam. Batuques repetitivos, letras descabidas, que só servem para movimentar. Quem se importa com a trilha sonora? Danças mecânicas envolvem o momento. Deixe que envolva você também...
Livros criam poeira em cima da estante. Por quê deveria me importar com o conteúdo? Tudo o que importa é a beleza superficial que envolve os seres. Mal posso acreditar que existam pessoas que se comovem com letras, artes pintadas e esculpidas, danças elaboradas. Isso realmente não faz diferença...

Não sabem o que é apreciar a arte em suas mais variadas formas.
Não sabem o que é contemplar um quadro, uma escultura, artigos históricos e modernos expostos.
Não sabem o valor de sentar em um lugar qualquer para deixar as palavras entrarem. Leituras desnecessárias, paisagens e cenas criadas no imaginário descartadas como lixo.
Não conhecem a beleza da boa música. A leveza ou o peso que possuem os instrumentos, a dificuldade de realmente cantar, gritar. A composição de palavras cantadas, o processo de suas criações.
Não conhecem o prazer de lutar pelos ideias. Só sabem receber suas vontades em uma bandeja de prata. Dinheiro no bolso dado pelos pais com a maior facilidade. Tudo se concede.
Não encaram a beleza dos olhos, dos traços. Aquilo que está oculto, no mistério, não lhes despertam interesse. Só querem aquilo que está exposto, arreganhado como objetos fúteis de desejo.
Não sabem o que é o erotismo. Como fazê-lo.
Só sabem o superficial do foder.

Eu declaro guerra à maldita juventude contemporânea.
Aos objetos superficiais e alienados.

Ao imbecis e delinquentes.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tempestade

Dor, consigo ouvir o seu chamado.
Escuto seus sussurros em meus ouvidos à beira da cama, antes de dormir.
Meus pensamentos vagam sem rumo, numa estrada obscura
Que no final, sempre me leva até você.
Tento me distrair quando seu chamado clama por meu nome
Ao mesmo tempo que sinto prazer em sentir seus efeitos pelo meu corpo.

Minha mente já não descansa em paz: trabalha incansavelmente para se distrair.
Pela janela, escuto ventos soprarem forte, atravessando as frestas para causarem frio.
Raios cortam o céu violentamente, assustando-me.
O barulho intenso da chuva bate contra todas as paredes que servem como seus obstáculos.

Dor e tempestade caminham juntas.
Envolvem-se numa bela dança sincronizada, quase formamdo um romance.
Que tormento assistir essa dança!
Temo chegar a ser uma das protagonistas desse espetáculo cuja plateia reza para ir embora.
Temo que a tempestade invada meu ser, entre na minha casa para levar-me de meus sonhos.

Mas então, a esperança bate em minha porta.
Conforta-me como um anjo, desalinhando meus cabelos para me consolar.
O chamado da dor está quase inaudível, enquanto o barulho da tempestade logo torna-se uma tranquila canção de ninar.
O cheiro da chuva logo se torna agradável, bem como o barulho se torna suportável.

Sei que os raios hão de cessar.
Sei que o medo há de se dissipar.

E sei, acima de tudo, que a tempestade passará.
E logo o sol brilhará. Sorrindo.

O canto do pardal

Os ventos sopram em todas as direções.
Guiam a liberdade, que sobe, desce e voa em círculos.
As folhas das árvores cercam prédios urbanos, criam uma atmosfera tranquila que contrasta com o caos.
Assovios cortam o ar, reproduzindo as mais belas melodias.
E que alegria ouvi-lo cantar! Sua música sempre servindo de trilha sonora para todos os cenários.
Ele banha-se com a água da chuva, bebe das gotas que caem das nuvens.
Ele se alegra em sobrevoar o arco-íris que corta o arranha céu.
Ele brilha como um raio de sol em um dia de verão.

Nota-se que o canto do pardal invade a cidade para criar vínculos amigos
Para transpassar janelas e alegrar corações melancólicos
Para embalar crianças no leito, fazendo-as dormir.

Então:
Cante como um pardal.
Viva livre como um pequeno pássaro, ainda que lhe falte asas para isso.
Pinte-as com aquarela, voe em seus sonhos e não deixe que a alegria cesse em sua alma.

Clave de sol em asas abertas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SWU!!!!

Demorei um tempo pra tomar vergonha na cara e registrar aqui tudo o que se passou na insana viagem a Itu entre os dias 8 e 12 de outubro. O que aconteceu nessa cidade dentro desse período só não sabe quem é um completo aliado e não soube nada do evento histórico que marcou a cidade, o Estado e teve repercussão internacional.

Vamos aos registros...

Dia 8/10 - A partida.

Demorei um tempo pra conseguir convencer meus pais a viajar sozinha com os amigos. Ter 17 anos e poucos registros de viagens não contribuíram em nada para ajudar a convencê-los. Tive que argumentar muito, me fazer de boazinha sempre fazendo tudo o que eles me pediam e até escrever uma carta extensa pra eles. Passado o perrengue, consegui convencê-los. E no dia 8 de outubro, acordei cedo, preparei as malas e peguei carona com a mãe de uma amiga minha. Ela nos deixou (eu e mais duas mulheres) na casa do namorado de uma delas. Dali, fomos até o mercado, encontramos mais um grupo de amigos, abastecemos o carro com comida e álcool e partimos para uma estrada cuja trilha sonora era feita com guitarras altas, vocais insanos, baixos e baterias alucinantes. Ou seja: o rock!
Chegamos a Indaiatuba na casa de um amigo onde nos hospedaríamos. Fomos recepcionados por uma caseira, super fofa (e que trabalhou pra cacete com a bagunça nada amigável que fizemos) e arrumamos nossos quartos. Ficamos na varanda ouvindo um som, conversando e fazendo bagunça (e Deus me livre de contar os detalhes da bagunça, adolescente realmente não tem juízo!). Chegaram mais amigos, bagunçamos mais ainda com churrasco, som alto, bolinhas de sabão feitas com gumaça de narguilé (sim, isso é possível. E a essa altura do campeonato, quando o álcool domina seu sangue, assoprar as bolinhas pode ser algo incrivelmente divertido, ainda mais quando elas estouram e só fica a fumaça). Jogamos futebol (quase acabamos com a churrasqueira com chutes errados), fizemos uma roda em volta da piscina tocando violão com pop, samba das antigas e muito rock. Gargalhadas de madrugada, pouco sono, casa suja e, finalmente, sono e descanso para o dia seguinte.

9/10 - O primeiro dia
Meu orçamento não permitiu que eu comprasse o ingresso do primeiro dia, então fiquei na casa com um casal de amigos e um outro cara. A galera se preparou depois do café da manhã, fez um esquenta e entrou na van por volta do meio dia. Quem ficou na casa, como eu, ficou pesado de tanto comer, tomou um pouquinho de sol, e tirou uma soneca no meio da tarde. Assistimos alguns filmes e, bem tarde da noite, eis que recebo uma chamada no meu celular com um bando de roqueiros gritando no meu pé do ouvido: Camis, é o melhor dia da minha vida! E eis que, ao fundo, Killing in the name, do Rage Against the Machine contribui para deixar a vibe ainda mais louca. Filhos da puta!
- Relaxa, Camis! Amanhã o dia vai ser melhor. Você vai estar aqui e a gente vai tocar o terror!Tudo bem, não é sempre que se pode ganhar.Eles voltaram três horas da manhã. Se atrasaram por causa do trânsito louco que estava pra sair da Fazenda Maeda. Jantaram e dormiram durante poucas horas pra poder acordar e partir pra mais um dia insano.

10/10 - Segundo (espetacular) dia.

A data! 10/10/10. Que medo... E dizem que tem a ver com o meio ambiente, mas pra mim parece filme de terror. Mas tudo bem... O cenário foi mais insano e divertido do que eu esperava. Café da manhã, arrumação... O segundo dia de SWU deixou a casa vazia: todo mundo foi. Na van, muitas musiquinhas de excursão. Mas, claro, nós inventávamos a nossa.
Mais risadas, besteiras e, quando chegamos, nos deparamos com uma fila quilométrica que pediu um vídeo registrado com a melhor galera do mundo!

E, pasmem, descobrimos que a polícia de ITU tem Twitter!



Então tá, né...
Continuamos com a nossa viagem louca. Lá dentro, me desejaram:
- Camis, seja bem vinda ao SWU!!!
Comi um Temaki de doido... O pessoal organizou muito bem as praças de alimentação. E tinha todas as opções possíveis de comida (fala sério, nunca pensei que ia comer um Temaki no SWU!). Tinha a famosa roda gigante, que girava conforme as pessoas pedalavam nas bicicletas. Na entrada, deram para a gente um bota bituca: você fuma, e joga a bituca do cigarro dentro de um cilindro feito com material reciclado. Achei a ideia fenomenal! E funcionou bem.
Nos preparamos e fomos assistir ao show do Teatro Mágico, seguido por Jota Quest e Capital Inicial. Pulamos como loucos. E, nos intervalos de cada show, uma bendita propaganda da Heineken provocava gritos coletivos das pessoas presentes, tanto em homens quanto em mulheres. Em pensar que fomos algumas das pessoas que contribuíram pra puxar aqueles gritos coletivos no meio da plateia... Dá até orgulho!

Detalhe: depois do comercial, um cara passa bem do lado da gente vendendo Heineken. O coitado deve ter ficado surdo...
Em mais um intervalo, toca Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. Só pra aquecer um poucquinho pros shows internacionais. Pulamos e ajoelhamos dando as mãos enquanto cantávamos. Defitivamente, era uma oração!
Depois, surge o Sublime. Um som gostoso, com um público bem receptivo. Os momentos do auge, claro, foram em Santeria e What I Got. Delírio puro, com direito a um pôr do sol que dispensa todos os comentários...



Depois do Sublime, show da Regina Spektor e da Joss Stone. Ambas lindas, carismáticas e que cantam MUITO. Logo depois do show da Joss, permanecemos no mesmo lugar pra conseguir assistir ao show do Kings of Leon. Vimos o excelente Dave Matthews Band pelo telão mesmo.
E quando o Kings of Leon subiu ao palco pra tocar abrindo com Crawl, uma vertigem tomou conta de nós. Gritamos feito loucos quando ouvimos a introdução de Molly's Chambers, seguida por uma platéia insana. Chorei muito em Revelry, me emocionei com On Call, e deliramos em Four Kicks, Sex on Fire e Use Somebody. Vi uma das minhas bandas preferidas de perto. Podia morrer feliz...
Fotos:

















Vídeos:


Na volta pra casa, todo mundo morto na van. Mas quando chegamos, conversamos ainda por um tempo antes de dormir. Escutei até gente falando que já levou esporro em excursão por arrancar pêlos de animal empalhado... Cristo!

11/10 - O último dia (pra fechar com chave de ouro).

Resolvemos acordar um pouco mais tarde, porque pra gente os melhores shows começavam ás 17:00. Achamos que estaríamos sem gás, mas pela bagunça que fizemos na van percebemos que não foi bem assim.
Nos esprememos na pista do Incubus, pois uma de nossas (melhores) amigas queria ficar bem perto pra curtir o som da banda favorita dela. Vimos o show do Avenged pelo telão. E também adorei o que vi: mandaram muito ao vivo. Aproveitei pra conhecer mais da banda. Enceraram o show com a minha favorita: Almost Easy.
O show do Incubus foi bem curto. Acredito que dava pra estender e tocar mais músicas (faltou Dig!). Mesmo assim, a abertura com Megalomaniac deixou todo mundo louco. Vi muitos 'moshs' em Anna Molly. Wish You Were Here e Oil and Water foram perfeitas.
Terminado Incubus, fomos puxados para a pista do Queens of the Stone Age. Ficamos perto e... esmagados! Uma multidão de gente teve a mesma ideia que o nosso grupo, ou seja: saíram às pressas do Incubus pra curtir Queens of the Stone Age de perto. O resultado? Parecia que estávamos dentro de um trem movimentado em São Paulo, no horário de pico. Eu estava tão apertada na galera que meus pés mal encostavam no chão, eu era levada. O bom é que fizemos muitas amizades no aperto, conhecemos irmãos austríacos e até ensinamos os dois a fezerem a brincadeira do peitinho nos outros... Fofíssimo!
O engraçado é que ninguém reclamou das encoxadas... Só em show de rock mesmo... haha.
O aperto fez com que o show atrasasse e um monte de seguranças viesse pra poder aliviar a pista. E foi nesse momento que o público arrancou: SWU, vai tomar no cu! Acho que foi o único momento do festival inteiro que eu ouvi reclamações. Mais por causa do atraso, óbvio.
Mas, quando Josh Homme e companhia subiram ao palco abrindo com Feel Good Hit Of the Summer, tudo o que eu conseguia escutar eram gritos e coros: Nicotine, Valium, Vicodin, Marijuana, Ecstasy and Alcohol... C-C-C-C-C-COCAINE!
É. Toda a espera realmente valeu a pena. O show foi incrível!
Depois de uma magnífica performance de Little Sister, Josh Homme brincou com o público:
"This one everybody knows"
E eis que começa "No One Knows", que nos obrigou a arrastar o melhor bate cabeça de todos os tempos (nenhuma porrada extrema, ninguém machucado, muita curtição).
Depois do Queens of the Stone Age, pausa pra ir no banheiro, tomar água e comer pra voltar com tudo pra pista do Linkin Park. Ainda pegamos um pouco do show do Pixies antes das luzes se apagarem anunciando a entrada da banda mais aguardada da noite. Abertura com as músicas novas, mais um bate cabeça arrastado (dessa vez, quase morremos haha), e muita loucura. Principalmente em Faint, Papercut e One Step Closer (não vi ninguém parado nessas músicas). Creio que o Linkin Park foi a banda que melhor soube distribuir as músicas no decorrer do show: teve os momentos certos das músicas mais pesadas, as mais calmas, as mais psicodélicas, etc. Gostei muito de ouvir When They Come For Me com o Chester dando uma de instrumentista. Waiting fo the End foi uma das mais bonitas, mas o auge do show mesmo foi quando Chester desceu do palco pra cantar a capela de Breaking the Habit de mãos dadas com o público. Vi muitas lágrimas sendo derramadas nessa hora.
O encerramento do show se deu com Bleed it Out, e foi a deixa para que o Dj Tiesto entrasse e encerrasse a noite. Muita gente dançando loucamente na pista. E eu morta nos gramados, cantando In The Dark olhando para o céu estrelado.

Fotos:
AVENGED SEVENFOLD:



INCUBUS:



QUEENS OF THE STONE AGE:



LINKIN PARK:



Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=s6i04zO42gI

PS: na volta para a van, meu sono estava alto. Escuto, ao meu lado, o barulho de risadas abafadas, com comentários estranhos.
Os autores da risada pedem que o motorista da van aumente o som. Vanessa da Mata solta a voz com Ben Harper na música Boa Sorte.
E o motivo das risadas?
- FÓLI!!! (ou Falling, como preferirem...)
Eles tiveram a capacidade de se lembrar do vídeo abaixo... Não preciso nem dizer que foi o suficiente pra me acordar às gargalhadas. E essa vibe impediu que a gente tivesse mais capacidade de contar o dinheiro pra dar pro motorista da van... Senhor!

VÍDEO:

http://www.youtube.com/watch?v=r8FhqpdGaA0



O dia seguinte foi a despedida da casa. Comemos feito loucos, rimos juntos lembrando de cada momento único vivido naqueles dias e guardamos na memória as melhores lembranças da melhor galera e dos melhores dias de nossas vidas.

E que venha 2011, com mais uma edição, mais essa galera incrível e muita overdose de música boa!










sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A letra V

Quando a noite invadiu a cidade, pensei que não passaria de algo inocente.
Não pensei que cruzaria com olhos confusos atrás de um balcão repleto de bebidas, e do comando de pick-ups noturnas.
Cores que se confundiam entre o azul e o verde denunciavam sua própria natureza.
De indecisões que pairavam em seu ser.
E como me atraí por esses olhos, ainda que deles não saíssem confianças.
Deixei-me invadir por assuntos curtos, antes de voltar para o mesmo lugar.
E então, mais conversas surgiram.
O mundo parou, e não existia mais nada ao meu redor senão ele.
Cativante sorriso, corpo magro que prometia inocência.
Ainda que eu soubesse de parte de seu passado, por um outro alguém.
E me arrisquei.
O carro parado no estacionamento convidava, enquanto as mãos se entrelaçavam pelo caminho.
E então eu brinco, finjo não querer.
Você se confunde, o cenho franzido.
Mas então um beijo sela a noite, convidando a descobertas por trás de tudo.
A intensidade daquilo me consome. E eu me entrego por completo à filosofia de fazer o que quero, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte.
Só não celamos atos pelo contraditório: meu olhar insinuante não complementa o corpo intocado.
E então, as conversas se estendem. Passamos ao mais do que amigos.
No apartamento, as roupas se misturam ao chão, corrompem a inocência.
E por quê resolvi entregá-la a você?
De seus olhos incertos, saíam tranquilidade. Algo que nem todos os olhares foram capazes de me trazer.
E a noite de conto de fadas prossegue com risos, copos de água.
E o sangue corrompe trazendo um vazio insuportável. Onde lágrimas derramadas viriam a tona na noite fria.
Continuamos a historinha, sempre tentando marcar compromissos que nunca são selados.
Desculpas de trabalhos, ocupações, talvez não verdadeiras.
Descubro que trata-se de um menino tentando ser homem. Onde o resultado é apenas mais uma frustração completa.
Divirto-me com o fato de você depender tanto disso para se reafirmar.
Você correu atrás de mim, e eu tentei fazer o mesmo quando percebi a repentina ausência.
E então veio uma decepção, ainda que eu não conseguisse me arrepender da decisão tomada.
Se continuasse assim, descobriria defeitos extremos que só me irritariam.

Homens clamam por curvas, companhias, amores.
Meninos clamam por maturidades, noites insanas, e incrivelmente estúpidas.

Apaguei a letra V, aos risos.
Gargalhadas me corrompem quando me lembro. Sem nenhum remorço.


V, de vadio.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Delírio 2

"Eu fechei os olhos, tentando relaxar. Havia algo em Eric que me incomodava. Que incomodava a todos nós. A forma como seu olhar parecia frio e distante, e ás vezes tão cheio de malícia. A forma como seu sorriso se expandia lentamente em seu rosto perfeito, revelando seus dentes alvos e incríveis, e denunciando algum plano maligno. A forma como seu comportamento afetava a todos. Sua agressividade. Sua frieza...

Havia algo que ele estava escondendo. A origem de sua família. Seus planos em nossa cidade. Seus planos contra mim.

Eu sentia que ele estava querendo algo de mim desde o primeiro momento em que seus olhos escuros me fitaram. E o que ele queria não era nada bom".


"Um calafrio percorreu meu corpo assim que eu me lembrei de seu rosto. Suas feições maliciosas, seus olhos carregadas de uma expressividade intensa e sombria, que podia mudar rapidamente do triste para o maldoso em questão de segundos.

Eu temi que ele fosse usufruir muito do fato de agora saber onde eu morava. Deveria contar para os meus pais que um louco me perseguiu e que supostamente poderia tentar entrar em contato com a casa? Deveria temer muito a sua presença ao meu redor? Deveria levar em conta o estranho e repentino aviso de Alicia, que parecia tão atordoada e assustada? Seria ele alguém perigoso a ponto de matar alguém?

Afastei meus pensamentos assim que lembrei de como o professor acusou a família dele de assassina. Definitivamente, era muito para engolir em um único dia".


PS: mais um trecho. Dessa vez, muitíssimo mais curto.