quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A polêmica da maconha

Hoje a Joven Pan foi no meu colégio realizar uma palestra, que faz parte de uma campanha da rádio contra as drogas.
Papo vai, papo vem, depoimentos de um ex usuário de crack, concurso de redação (que eu perdi =[ , o assunto que mais causou polêmica, é claro, foi a maconha.
A maioria dos meus colegas de classe, com os quais convivo diariamente e mantenho um certo "contato" fora da escola, são usuários assumidos. Nunca notei nenhum tipo de comportamento deles que indicasse a dependência, mas eles assumem declaradamente que gostam dos efeitos da suposta "droga" (ponho aspas porque muitos discordam desse termo) e, é claro, saem em defesa da mesma. Perdi as contas das vezes em que meus colegas cabularam aula para ir a um bairro vizinho ao da escola com o intuito de fumar (e de fazer coisitchas mais que, céus, prefiro não comentar...)
Eu, particularmente, nunca experimentei. Desconheço esse tipo de viagem da qual todos falam... E confesso não sustentar grande vontade de experimentá-la. Mas assumo concordar com a legalização da mesma.
Loucura? Até que não... E explico o por quê: considero o cigarro muito pior do que a maconha, pois ele contém uma quantidade muito maior de substâncias tóxicas e traz mais efeitos nocivos ao organismo, embora a maconha traga mais danos ao cérebro. Além do que é muito mais fácil a pessoa viciar em cigarro do que em maconha. E mais: legalizando a droga, o governo estaria criando um projeto decente de combate ao tráfico, que certamente cairia consideravelmente.
Mas é claro: precisamos analisar o outro lado também. Legalizando a maconha, teria que ser criado um projeto semelhante à nova lei do cigarro: as pessoas não deveriam fumar em lugares fechados, para não prejudicar os não-fumantes com o cheiro que, vamos combinar, não é nem um pouco agradável. Além do que deveriam ter lugares próprios ao ar livre para fumar a danada, porque não é todo mundo que vê esse tipo de consumo com simpatia... E a fiscalização deveria ser extremamente rigorosa, senão vira festa de planta.

A jornalista responsável pelo projeto, o psicólogo que trabalha com usuários de drogas e os professores e coordenadores da escola com certeza se manifestavam contra a maconha. A parcela de alunos usuários obviamente achavam os discursos um absurdo. Uma de minhas colegas de classe se manifestou e perguntou aos palestrantes se eles acreditavam que a maconha abria a porta pra outras drogas. A resposta era óbvia... Afinal de contas, a maioria dos dependentes químicos passou pela maconha antes de partir para o uso de outras drogas. Por ser mais fraca do que outras substâncias, ela contribui para que os usuários procurem por outras substâncias a fim de ficarem mais "chapados". Ela, assim como todos os outros alunos usuários que não tiveram coragem de se manifestar, saiu em defesa da dita cuja: afirmou que não "existia" vício ou overdose de maconha. Bom, o ex usuário que estava lá contou uma história bem longa sobre seu vício. Antes de partir para o uso do crack, ele era usuário da maconha. E quando não pode comprar a danada ficou tão desesperado que cheirou éster.
Ela tinha um exemplo vivo de vício ali na frente. Existem pessoas que procuram ajuda para se livrar dele. E quanto à overdose: é possível tê-la, sim, com o uso da maconha. O índice de THC no baseado teria que ser absurdo para levar a pessoa a esse extremo, mas se ingerida ela provoca picos de alucinação e... Bom, o resto vocês já sabem.
Mas acho que o maior absurdo da palestra foi o argumento utilizado por minha cara colega de classe. Olhando para os palestrantes, que argumentavam contra o uso da maconha, ela elevou a voz e disse: "Isso que é um preconceito cultural". Eu ri muito com a frase inacreditável. Já deixei claro nesse post que não tenho nada contra o uso da maconha e até sou a favor da legalização, mas desde quando maconha é cultura? Desde quando colocar um baseado na boca e ficar doidão faz parte da cultura? Gente, ler nessas horas é o que há!

Em suma: quem quiser usar, vai em frente e fique a vontade. Se a pessoa tem consciência do que está fazendo e aceitar supostas consequências, tudo certo.
Não fumando perto de mim (odeio cigarro e não gosto do cheiro da maconha), tá beleza.

Afinal, ser cheirosinho e saudável é o que há.

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