quinta-feira, 24 de junho de 2010

Moda Antiga

É impossível, para mim, não fazer esses tipos de reflexões quando o mundo atinge o patamar mais alto da modernidade. E digamos que essa modernidade não seja completamente vantajosa.
É claro que temos que comemorar certos avanços: o feminismo ganhou mais força, e a cada dia que passa quebra mais o machismo que por tantos anos assombrou as mulheres; as pessoas passaram a ter mais liberdade e voz, seja na religião, no sexo, ou até mesmo com questões relacionadas ao casamento (não esqueçamos que, antigamente, era a própria família da noiva quem escolhia o marido); e tantas outras coisas. Mas de fato, se observarmos o outro lado da história, veremos que a modernidade nos traz algumas inegáveis desvantagens.
Os avanços tecnológicos permitiram o surgimento de redes sociais que, a cada dia que passa, aprisiona mais as pessoas, principalmente os jovens. É mais comum que problemas sejam resolvidos na internet do que no telefone (onde se pode ouvir a voz da pessoa)ou, pasmem, pessoalmente. O tete-a-tete parece que ficou meio cafona hoje em dia, e eu sinto falta inclusive de pessoas que consigam resolver determinados assuntos olhando diretamente para os olhos da pessoa com quem se fala.
Tristemente, é extremamente comum que crianças e adolescentes se fechem para o mundinho da internet. Comunicam-se pelo MSN, por exemplo, conhecendo pessoas das mais variadas índoles. E é aí que entram problemas como o cyberbullying e a pedofilia, onde o mundo virtual é uma ferramente poderosa para os odiosos pedófilos.
Outro problema atual da sociedade contemporânea pode não ser um problema pra grande parte das pessoas, principalmente porque se tornou uma fachada comum: sexo, beijos, ficadas, entre tantos outros termos.
É certo que conheço uma leva de jovens que passam uma parte significativa do tempo conversando sobre sexo, e não porque o tema agrada a gregos e troianos em rodas de amigos, mas porque estão todos querendo atingir um alvo com esse tipo de conversa. Em baladas, as pessoas vão com uma ideia premeditada de encontrar alguém, ou vários alguens, para beijar. E até estender a ficadinha para uma transa depois que da farra. Eu, inclusive, já vi de tudo em casas noturnas: casais que se esfregam no meio da pista de dança, mulheres que, numa atitude vergonhosa, dançam vulgarmente e até se submetem a tirar a calcinha para chamar a atenção, meninos combinando jogadas com os amigos querendo atingir o máximo de alvos possíveis... Só nunca me deparei com uma cena de sexo explícita, mas pelos relatos de outras pessoas que já viram e inclusive por um episódio desagradável onde uma amiga minha viu esperma escorrendo pelas paredes de uma casa noturna, é fato de que isso realmente existe. Então a modernidade também tem mexido com o bom senso das pessoas?
Eu posso dizer por mim, e por uma leva de mulheres mais clássicas, que sinto falta de algumas coisas da moda antiga: mulheres exemplarmente delicadas e femininas (Audrey Hepburn, meu ídolo), pessoas discretas, homens que mantém contato visual, que não conversam somente sobre sexo, e se permitem gestos que deixarão mulheres eternamente fascinadas, não importa a época: trazer flores, abrir as portas para as mulheres entrar, beijar a mão de sua companheira... Demonstrações de afeto tão graciosas, mas que parecem tão ultrapassadas que pessoas que seguem esse padrão são consideradas loucas. E sexo só depois do casamento então? Hoje em dia, se alguém dizer isso, é porque segue algum tipo de fanatismo religioso. Nunca é por vontade própria...

Triste pensar assim. E mais triste são os pontos citados nesse texto sobre a modernidade.
Saudades dos velhos tempos

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