quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O 'incrível' mundo da moda

Estávamos eu e minha mãe conversando no carro a respeito do último SPFW. Ela me relembrou de uma promessa que os produtores de moda fizeram a tempos atrás, quando estourou na mídia casos graves sobre distúrbios alimentares (anorexia e bulimia): de que eles exigiriam que as modelos fossem menos magras do que o habitual.
É claro que eu não achei que essa exigência duraria por muito tempo. Foi só as pessoas esqueceram dos casos de meninas anoréxicas que a mídia fez estourar para que a magreza voltasse a ser ditada. Aliás, pra falar a verdade, não sei ao certo nem se eles aceitaram modelos menos magras em suas agências internacionais, o que me leva a acreditar que esse depoimento era completamente falso, usado para criar esperanças em modelos altas e menos magras, e em pessoas que tiveram medo que essa onda de distúrbios pipocassem ainda mais no mundo da moda.
A prova mais viva que temos que essa ditadura da magreza está longe de acabar foi exatamente o SPFW que teve na semana passada. Modelos surrealmente magras, com os ossos tão explícitos que pareciam ser capazes de perfurarem suas peles frágeis. E que estão bem longe de serem bonitas: a magreza pareceu chupar o rosto por completo, dando aquela aparência esquálida e feia que vemos.
Eu realmente quero entender o conceito deles para a palavra "modelo". Pra mim, essas pessoas deveriam servir de "modelos" das pessoas reais da sociedade, e nela não se incluem somente pessoas extremamente magras, mas pessoas gordas, gordinhas e "gostosas". As roupas dos desfiles não deveriam se restringir somente a mulheres magérrimas, mas a todos os tipos de corpos possíveis. Fiquei extremamente impressionada quando trabalhei em uma loja que vendia manequins 38 ao 44. Assim: as mais magras não compravam, e as mais gordas também não, já que os modelos 44 eram horríveis e escassos.
A sociedade não deveria impor essa magreza de modo tão absurdo, já que essa não é a melhor receita para ser bonito e saudável. Desde que você saiba cuidar da sua saúde de uma forma que isso não afete absurdamente no seu cotidiano... Que você não tenha distúrbios alimentares ou sofra por se achar gorda.
Creio que as pessoas deveriam se aceitar como são, sem deixarem de cuidar da saúde (afinal de contas, ninguém merece colesterol alto e diabetes). Já vi gordinhas extremamente saudáveis, sem nenhuma doença do tipo, e que eram felizes.
E cá pra nós, como já é dito na música "Zóio de Lula", do Charlie Brown Jr: 'muita gente tem forma, mas não tem conteúdo'. E o conteúdo, no final das contas, é o que realmente importa.

Tenho celulite, estria e bunda grande. E acho todas as modelos da SPFW MEDOOOOOONHAS!
Afinal de contas, não é nada bonito ver um esqueleto ambulante andando por aí...

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