segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vestibular = Tortura

Não poupo palavras pra dizer que não concordo com o vestibular do país. Sou uma estudante, ainda com certas dúvidas a respeito do que eu quero pro meu futuro profissional, e acho que poderia, assim como todos os outros milhões de estudantes do país, ser poupada da pressão e do cansaço que as provas provocam.
Hoje mesmo prestei o segundo dia da segunda fase de um dos vestibulares mais concorridos e bem avalaiados do país: a Fuvest. E vou dizer uma coisa: não é nada agradável ter de ficar quatro horas numa daquelas carteiras extremamente desconfortáveis tendo que botar o Tico e o Teco pra funcionar quando até mesmo eles já estão exautos. Acho ainda que os estudantes deveriam ser poupados de responderem questões que não dizem nada, ou dizem muito pouco, sobre a carreira que eles gostariam de seguir. Eu por exemplo: escolhi o curso de Letras, e tive que responder a questões mirabolantes de matemática, física e química que não estarão presentes na grade curricular do meu curso. Não que eu não goste da área de exatas e não a ache importante, muito pelo contrário: já cheguei a sonhar com um problema matemático que não conseguia resolver na escola. Mas isso não quer dizer que eu tenha que me preparar ao extremo para saber sobre uma matéria que eu não vá usar.
Acredito que os estudantes do ensino médio devem, sim, ter todas as matérias na grade escolar. É importante para desenvolver diferentes tipos de raciocínios e ampliar o conhecimento em diversas áreas. Mas quando falamos sobre a escolha profissional, a situação é diferente: muitas pessoas sentem dificuldades em determinadas matérias, e muitas vezes elas acabam por serem responsáveis pela reprovação do aluno em um vestibular, por exemplo.
E mais: alguém aí me explica pra que todo aquele número de questões? Alguém me explica por que os estudantes do país têm que ter toda aquela dor de cabeça, dor nas costas e fome decorrentes do tempo excessivo que passam sentados em uma carteira de madeira? Por quê responder a tantas questões, muitas delas absurdamente grandes?
Pra mim, tudo seria muito melhor se a quantidade de questões se reduzissem (bem como o tempo total das provas), se os alunos enviassem cartas para as universidades apresentando o histórico e o boletim escolar (o que já funcionaria muito bem como a "peneira" que eles tanto veneram), se os alunos fizessem provas bem elaboradas, mas de acordo com sua carreira específica.
E, claro, principalmente, se o ensino brasileiro sofresse reformas significativas que melhorassem a qualidade e ampliasse o número de estudantes aprovados nos vestibulares. E ampliasse o número de profissionais competentes e qualificados para o mercado de trabalho.


Ps: com tudo isso, ainda estudo para o terceiro dia do vetibular, enfrentando mais um dia de cansaço. Tudo isso por uma vaga numa universidade pública. Tudo isso pelo meu futuro.

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