sábado, 20 de março de 2010

Patinhas e carinhos

Todos os finais de semana o meu despertar é praticamente igual. O tal ritual só não se repete nos dias semanais por causa do despertador ensurdecedor que me acorda anunciando que a hora de ir para a faculdade chegou.
Nos sábados e domingos de manhã, mais ou menos umas nove horas, eu acordo. Barulhinhos de pequeninas unhas surgem, arranhando o carpete de madeira branca. As unhas pertencem a minúsculas patinhas, e o barulho feito no carpete possui uma sincronia quase musical. Eu sorrio ao ouvi-lo caminhar para a cozinha, e escuto um leve barulhinho de água. Ele está com sede.
Quando já me preparo para dormir outra vez, eis que o barulhinho das unhas voltam. Só que dessa vez, a "música" está mais rápida. De olhos fechados e sonolenta, quase não percebo sua minúscula e felpuda silhueta em cima da minha cama. Um lambida no rosto anuncia que é hora de acordar. Eu limpo o resíduo úmido em meu rosto e resmungo mal humorada. No entanto, o mau humor se dissipa assim que eu olho para os pequeninos olhos castanhos, para o focinho úmido e gélido e para a língua que pende para fora de sua boquinha molhada de água. Sua sisionomia é tão feliz que eu não resisto: começo a brincar com ele, acariciando os pelos enormes e brancos que cobrem seu pequenino corpo.

Nunca deixo de pensar nas pessoas que abandonam cachorros pelas ruas. Os motivos são os mais variados, e muito injustificáveis: falta tempo para cuidar, ele bagunça a casa, dá muito trabalho e etc, etc... Mal sabem eles que a natureza canina é ter um dono para chamar de seu, e ter alguém para chamar de companheiro. E toda vez que sofrem abandono, os cães também sofrem um baque enorme que culminam em decepção, depressão e tantas outras coisas tristes e ruins. Muitas vezes morrem atropelados pelas ruas, por carros loucos e motoristas incensíveis que não puxam o freio quando veem a pequenina figura passando pela rua. Mais vale destruir uma vida do que CORRER O RISCO de bater um maldito (porque muitas vezes o risco acaba não acontecendo...). Muitas vezes passam semanas, meses e anos a procura de um antigo dono, que nunca voltará. E morrem de fome, sede, abandono, tristeza.
Um maldito ser humano que abandona uma criatura dessas, certamente nunca se permitiu amá-lo. Dá trabalho cuidar, sim! Mas um trabalho que vale muito a pena. E daí que ele destrói o sofá, come chinelos e mobílias? Cabe a cada dono ter disciplina para criá-lo, para impor limites e dar ordens. E daí que gasta-se muito com comida, potinhos, caminhas, casinhas, ou idas ao veterinário e ao pet shop? Para chegar em casa e dar de cara com uma criatura que sempre faz festa ao te ver, que pede carinho e o dá em troca, que brinca, que late, que não se importa se você está bravo ou bêbado, e até pede desculpas sem ter feito nada, só para estar de bem com seu mau humor injustificável ainda que ele não seja o culpado de nada, todo o gasto vale a pena. Porque é como cuidar de um pequenino filho, um pequeno animal que lhe oferece companheirismo...
Admiro o trabalho de fundações que cuidam de cães e cuidam de suas adoções. Que pegam cães abandonados nas ruas e evitam que estes morram de doenças ou atropelamentos. CONDENO a carrocinha e o ato de tranformar bichinhos em sabão: sempre existe uma forma de cuidar bem deles.
Eu amo cachorros. Tenho um poodle pequenino e bem felpudo aqui em casa que sempre faz festa para todos aqui de casa, que brinca e que dá carinho. Recebe em troca todo amor que podemos lhe dar. E é extremamente feliz.

"Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre. Dê a ele seu coração, e ele dará o dele de volta".
Preciso dizer mais?

Ame, cuide, adote!
As recompensas confortam, acalmam e enchem o coração.


Para ler e assistir: Marley & Eu - John Grogan (nem a bagunça louca fez com que o dono desistisse de seu "amado").

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