terça-feira, 12 de agosto de 2008

Conclusões na sala de aula.

Estava eu hoje em mais uma crise simultânea de "Não vou assistir aula" e de repente tive uma surpresa...
Estávamos tendo que aturar uma aula cansativa de Literatura (em pensar que expressionismo cai no vestibular me dá uma ânsia por não ter prestado atenção na aula, enfim). Eu estava de saco cheio de ter que ficar sentada na cadeira tendo que ouvir aquela mulher falar. Ainda mais porque por duas vezes ela me fez levar uma suspensão (por um motivo muito idiota!), então já viu né... Ela começou um discurso sobre a Mostra Cultural que teremos no final do ano e deu uma série de sugestões para trabalhos. E uma dessas sugestões era a de justamente falar sobre a mulher. Aí foi inevitável: parei pra realmente prestar atenção no que ela tinha pra nos dizer. E confesso que me senti bem tocada pelo que ela falou.
Essa pequena professora (não mede mais que 1,53m) pegou uma licença maternidade logo no começo do ano. Sim, aquele pitoco de gente estava pra ganhar neném, embora sua barriga de quase sete meses aparentasse não mais que cinco. Então foi substituída durante cinco meses por uma outra jovem professora de 24 anos, recém formada em letras pela PUC. Lembro-me do terror que foi nessa escola. Tinha vezes que a mulher descia com escolta de outros professores pra conseguir escapar do assédio de certos alunos. Era linda! Tinha uma pele impecável, olhos cor de mel e uns traços que lembravam em tudo os da Aline Morais. Agora, imagina uma professora dessas dando aula num colégio particular abarrotado de adolescentes babões. Acredito que se eles pudessem criar um fã clube para a garota, certamente o fariam. Que mal lhe diga, mas dava até pra maluca procurar emprego como coelhinha da Playboy. Ia ganhar uma nota preta! (mais tarde, descobriríamos que ela possui vários ensaios, hum, sensuais espalhados pela internet. Sorte que não deu "bafão".) Era até bem irritante a forma como aquela garota dava aula: mexia nos cabelos e dava aquela jogadinha de modelo, fazia questão de estar o tempo todo sorrindo, até mesmo pra dar broncas... Apelidamos a coitada de Leandra Leal (internas de colégio que eu prefiro nem comentar...)
Depois que essa mulher saiu de lá, aquela pequena professora voltou. Sua aparência excepcionalmente saudável, e não aquela raquítica que era quando começou a dar aulas pra gente. E é a partir daí que eu retomo o foco do post lá do comecinho.
Dando essas sugestões, ela deu algumas cutucadas e falou do importante papel da mulher na sociedade.
Pra todos os homens machistas do mundo, vale a cutucada: o que seriam de vocês sem as mulheres? A resposta é curta e rápida: NADA!
Mulheres possuem o dom da maternidade. Somos nós que temos que nos cuidar durante nove meses na espera do nascimento de um pequeno, fruto do nosso ventre. Somos nós que sofremos dores, contrações e ansiedade na hora de dar a luz a uma criança. Somos nós que exercemos esse importante papel. Todos os seres humanos existentes, um dia, estiveram na barriga de uma mulher. E foi somente por causa dela que esses seres existem.
E eu confesso que fiquei extremamente tocada com tudo o que ela disse. O desabafo sobre a responsabilidade de ser mãe, a alegria de olhar para o próprio filho (no caso dela, FILHA!) e dizer que aquele lindo ser é seu próprio fruto... Não há nada no mundo que possa explicar esses sentimentos.
E ela ainda deu uma série de exemplos: em como nós somos as maiores "vítimas" dessa sociedade de consumo. Em como nós queremos atingir a perfeição com aquela divina vaidade que nos faz comprar produtos pra cabelos, roupas, maquiagem e acessórios caríssimos para nos sentirmos bonitas. Quantas de nós não entramos nessa do "sistema capitalista de consumo" para nos sentirmos mais felizes com a nossa aparência? E eis aqui a questão.
Os padrões exigidos pela sociedade hoje em dia são: mulheres altas, magras e esbeltas. Mas peraí, desde quando isso é um exemplo a ser seguido por todas as mulheres do mundo. Já imaginou que sem graça seria o mundo se todas as mulheres se encaixassem nesse mesmíssimo perfil. Existem mulheres pra todos os gostos: as magras, as gordas, as gostosas, as de estatura mediana, as altas, as baixinhas, as ruivas, as morenas, as loiras, as negras... E todas elas tem sua beleza, no seu contexto individual. Cada uma possui um tempero que as tornam tão especiais. E por conta desse padrão exigido pela sociedade (no qual não se deve ter estrias, celulites e pequenas imperfeições para possuir um corpo bonito) muitas mulheres renunciam ao seu dom universal: o de ter filhos. Como a minha professora mesmo disse: há tantas mulheres que se preocupam de forma absurda com a aparência que querem se privar desse dom com medo de que isso provoque falhas em sua forma física. E eu me pergunto: isso é uma coisa boa?
"Toda rotina têm sua beleza". "Toda mulher têm sua beleza".
Confesso que eu mesma já quis me enquadrar nesse perfil.
De tanto me infernizarem (olheiros malditos) acabei procurando por uma agência de modelos. Entrei, gastei uma nota por um book para ser aproveitado em eventuais trabalhos e iniciei um curso. Só que a realidade é bem dura: existem mulheres extremamente altas tentando usufruir disso pra seguir uma carreira. Umas, inclusive, pareciam caveiras ambulantes. Eu queria me enquadrar de qualquer jeito nesse perfil: procurei uma série de esportes e exercícios de alongamentos pra poder crescer, entrei numa dieta rigorosa pra conseguir emagrecer (muitas vezes, chegava a não comer)... E só depois eu vi que poderia ter colocado a minha saúde em risco. Mas a verdade é essa: ninguém será como a Gisele Bündchen ou como a Alessandra Ambrósio. E uma conclusão que podemos tirar disso é: GRAÇAS A DEUS!! Pensou que sem graça seria se todas fossem como elas?
Com isso, vendo o sacrilégio de tantas garotas, acabei desistindo disso. Muitas esforçam-se o máximo pra poder conseguir trabalhar e acabam pondo a própria saúde em risco por um trabalho, que ás vezes exige muito esforço e pouquíssimo dinheiro. Na verdade, foi bom pra eu ter uma base legal do conhecimento de televisão e tudo o mais. Afinal de contas, o maior sonho da minha vida é seguir numa carreira de atriz. Tanto que eu estou procurando por alguns cursos e trabalhos que se enquadrem no quesito "interpretação". E sabe de uma coisa? Nunca estive tão feliz na procura de algo que eu realmente queira fazer.
Sim, eu desisti de crescer até 1,80m. E sim, eu desisti de ser magrela. Afinal de contas, ser curvilínea é tudo de bom. E eu estou muuuuito feliz nos meus 1,63m. Me olho no espelho e não exigo uma beleza que não posso ter. Mas valorizo muito a minha, que foi um dos melhores presentes que eu ganhei. E recomendo pra todas fazerem exatamente a mesma coisa: mesmo sendo gorda, magra ou qualquer coisa, valorizem o que vocês tem de melhor. Todo mundo tem o direito de ter essa deliciosa vaidade, afinal de contas quem não gosta de se arrumar e gastar uma fortuna fazendo compras? Valorizem-se, sejam felizes com o que vocês têm de melhor.
E não se esqueçam: a humanidade só persiste porque existem mulheres para fazê-las permanecer por aqui.


OBS: A minha professora, que agora e fez ter vontade de assistir a todas as aulas dela, nos pediu que fizéssemos uma dissertação ou um poema ou o que for que fale sobre a mulher. Vou fazer a minha tarefa e postar o resultado no próximo post aqui. Prometo!

Nenhum comentário: